segunda-feira, 28 de junho de 2010

Abordagem familiar no tratamento da anorexia e bulimia nervosa

FACULDADE DE PSICOLOGIA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA
DISCIPLINA: TIDIR I
PROFESSOR: TÚLIO LOUCHARD PICININI
ALUNO (A): INGRID HURY GRACILIS ABEL


COBELO,Alicia Weisz e tal. Abordagem familiar no tratamento da anorexia e bulimia nervosa. IN http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832004000400011&lng=pt&nrm=iso. Acessado em 05/03/2010.

Psicóloga, psicanalista pelo Instituto Sedes Sapientae, membro da Academy for Eating
Disorders, terapeuta familiar do Projeto de Atendimento a Crianças e Adolescentes (PROTAD).


Resumo

Este artigo mostra o quanto a participação da família no tratamento de pacientes portadores de anorexia e bulimia nervosa é importante. Mostra como é relevante considerar a estrutura familiar, as práticas conversacionais e os legados transgeracionais como elementos que podem estar contribuindo, de modo significativo, no desenvolvimento ou na manutenção dos transtornos alimentares. Oferece a união familiar como chave da saída do paciente dessas doenças.

Apreciação crítica

Nas diversas pesquisas sobre anorexia e bulimia nervosa é observado que a família é uma parte muito importante no entendimento do que pode levar o indivíduo a assumir essa doença. Através da família temos informações que podem responder algumas de nossas perguntas. Como, por exemplo: o que levaria alguém a desenvolver anorexia ou bulimia?

O objetivo do artigo é focado no estudo das relações familiares como parte importante para o tratamento multidisciplinar dos transtornos alimentares. Através disso podemos verificar como a cultura alimentar específica de cada família afetam o desenvolvimento e/ou manutenção destes transtornos.

A partir do ano de 1950 a família é tratada de forma isolada dos pacientes. Somente a partir do ano de 1970 é que a psicoterapia familiar incorpora-se à abordagem multidisciplinar da anorexia e bulimia nervosa, que começou com os trabalhos de Salvador Minuchin. Este autor mostrou como o comportamento de uma pessoa se relaciona à estrutura dos relacionamentos na família completa.

Através das práticas conversacionais verificou-se que as famílias que convivem com o transtorno alimentar estão presas nos problemas que a anorexia ou a bulimia promovem e acabam colocando a culpa no paciente identificado . Acreditam que o indivíduo com o transtorno alimentar é que traz o sofrimento para sua família.

Ao longo dos anos, observando as diversas famílias, se verificou as profundas dificuldades, presentes em quase todos os seus membros, acerca da aceitação da própria imagem corporal, insegurança quanto ao valor de si mesmo perante a comunidade em que estão inseridos. Essas famílias se preocupam muito de como a sociedade as encaram o que, automaticamente, traz uma alta influência aos seus membros a procurarem perfeição tanto na questão de comportamento, moral e físico. Em suas falas pode-se perceber intolerância para com as diferenças individuais dentro da família.

Os terapeutas de família atendem a cada grupo familiar considerando suas histórias específicas. Respeitando o temperamento individual de cada indivíduo, pois cada sistema família é único. Não podemos misturar nem generalizar o que é ouvido dos grupos familiares e torná-los uma teoria única para o tratamento. Devemos ouvir cada grupo familiar e só após isso encontrar a melhor resolução para o tratamento, baseando unicamente naquele grupo que foi ouvido.

O trabalho conjunto de terapeuta e família tem função de desconstruir as histórias limitantes que o transtorno alimentar lhes impôs, desenvolver o sentido de confiança para que possam compartilhar as possíveis crises que irão surgindo ao longo dos encontros e manter ativa a luta pela mudança. Além disso, é oferecido o grupo psicoeducacional multifamiliar onde disponibiliza informações e esclarecimentos com respeito a diferentes aspectos da doença e do tratamento. Possui também outro grupo que é voltado para as mães dos pacientes, com orientação psicodinâmica e foco na relação mãe-filho. São realizados encontros com nutricionistas onde tem por finalidade ampliar e refletir com as paciente e famílias as principais dúvidas freqüentes à dieta alimentar e demais questões ao que se refere a alimentação.

“Essas pacientes usam o corpo para cenário de suas necessidades, desejos, proibições e condenações; aos terapêuticos caberia transformar isto em palavras e se libertar para relacionamentos mais adequados.” (COBELO, 2004, p. 4)

Conclusão

Como vimos é fundamental a união da família e paciente, pois através dessa união se encontram maneiras alternativas para que juntos possam reconstruir e dar um novo significado as suas vivências e, assim, se libertarem de padrões de comportamentos diferenciados e inadequados aos quais a sociedade impõe. Temos que esquecer o que a sociedade pensa e nos focarmos no que realmente é bom para todos nós.

Este artigo contribui para mostrar que a família é muito importante para o tratamento dessas doenças, assim como muitas outras. A família é o ponto fundamental da motivação tanto para o bem quanto para o mal de um indivíduo, pois é ela que nos ensina a viver e influencia nossos comportamentos. Esse artigo também traz uma grande contribuição ao estudo dos transtornos alimentares, incluindo a família no tratamento.








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